O projeto TIMEPAC explora a importância da qualidade dos dados e da tecnologia BIM para melhorar a certificação energética dos edifícios na Europa

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Os participantes do consórcio deste projeto de investigação europeu reuniram-se durante três dias em Alicante para estudar novos métodos de recolha e análise de dados energéticos dos edifícios e melhorar os planos de renovação energética

Os participantes do consórcio europeu do projeto de investigação TIMEPAC para melhorar a qualidade do certificado energético dos edifícios concentrar-se-ão nos próximos meses em especificar a ligação com bases de dados, indicadores de sustentabilidade e inteligência dos edifícios (SRI) que servirá de referência para estes certificados energéticos. Além disso, destacam também como a tecnologia BIM e o trabalho na nuvem, de forma digital, irá melhorar a troca de informação entre os edifícios e o ambiente construído, a fim de dispor de informação mais precisa sobre o parque imobiliário em constante evolução. Estas são as conclusões a que chegaram os trinta peritos de 7 diferentes países, que se reuniram na cidade de Alicante com a CYPE, empresa de software para arquitetura, engenharia e construção, participante do TIMEPAC, e anfitriã do evento.

Relativamente aos dados utilizados no certificado energético dos edifícios, Ainhoa Mata, chefe da Unidade de Edifícios do Instituto Catalão de Energia (ICAEN), explica que a investigação realizada até à data revela que os países participantes "não medem exatamente os mesmos indicadores". E detalha que, por exemplo, "Espanha não trabalha com dados de consumo real da habitação, mas com dados de consumo de energia", em comparação com outros países que o fazem.

Assim, uma das premissas dos próximos meses será estabelecer e sugerir uma série de indicadores energéticos a ter em conta nos diferentes países europeus, bem como propor um conjunto de fontes de dados fiáveis para a elaboração do certificado energético. Segundo Vincenzo Corrado, professor no Politécnico Di Torino, Regione Piemonte, estes indicadores terão em conta, para além do desempenho energético, outros fatores tais como "sustentabilidade ambiental, resiliência e outros fatores críticos que desempenham um papel vital na avaliação da qualidade global de um edifício".

Os membros do TIMEPAC defendem a utilização da tecnologia BIM para melhorar a comunicação entre os modelos arquitetónicos dos edifícios e a informação energética dos edifícios.

Segundo os participantes deste projeto, os dados dos certificados energéticos dos edifícios devem interrelacionar-se com a envolvente urbana dos mesmos, a fim de facilitar uma análise mais fiável do desempenho energético do parque imobiliário como um todo.

A importância da tecnologia BIM na eficiência energética

Para Benjamín González, Director de Desenvolvimento Corporativo da CYPE, a utilização da tecnologia BIM quando se trabalha com dados energéticos de edifícios e a sua relação com a envolvente é fundamental. "A possibilidade que oferece de trabalhar na nuvem e ter acesso em qualquer momento à informação relacionada com o edifício permitirá interrelacioná-la e melhorar a nossa compreensão do rendimento energético do edifício em relação à sua envolvente”, assegura.

Com melhores dados e a utilização da tecnologia BIM, o certificado energético do edifício pode tornar-se numa ferramenta para estabelecer o plano de renovação adequado para cada edifício, segundo indica Susanne Geissler do Instituto SERA na Áustria. Além disso, prossegue afirmando que "a informação obtida permitir-nos-á fazer melhores propostas de renovação de edifícios e melhorar os índices de reabilitação energética". 

Davor Rašić do Ministério do Ambiente, Clima e Energia da Eslovénia concorda, dizendo que "os resultados do projeto serão muito úteis para os decisores políticos adquirirem novos conhecimentos e uma visão das formas atuais de avaliação dos edifícios. Deste modo, propomos políticas melhoradas com o objetivo de otimizar a poupança de energia e reduzir a pegada de carbono dos edifícios.

Participantes no projecto TIMEPAC

O projeto de investigação, que é coordenado pela Fundació Privada Universitat I Tecnologia de Barcelona, tem um orçamento de 1,99 milhões de euros, e participam 14 organizações de sete países: Espanha (CYPE, Fundacio Privada Universitat I Tecnologia, Institut Català D'energia); Itália (Edilclima, Politecnico Di Torino, Regione Piemonte); Eslovénia (Goriska Lokalna Energetska Agencija, Jozef Stefan Institut e Ministrstvo Za Infrastrukturo); Croácia (Energetski Institut Hrvoje Pozar); Alemanha (European Science Communication Institute); Áustria (Sera Global Gmbh), Chipre (yprus Energy Agency, Cyprus University of Technology).

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