Cálculo e verificação da norma de ligações
Após a modelação da ligação, já é possível realizar o cálculo e a verificação, para isso, no separador “Cálculo”, dispomos das seguintes opções:
Gerar a partir do modelo BIM
Esta opção estará disponível quando a obra tenha sido criada a partir de um modelo BIM, com os respetivos esforços. A partir desta opção geram-se os casos de carga e as cargas dos perfis que intervêm na ligação.
Esta geração possibilita o filtro das combinações de esforços que se vão ler. Nem todas as combinações de esforços, possuem valores significativos, portanto pode ser recomendável filtrar o número de combinações a importar. Por defeito, apresenta-se um filtro para cada um dos 6 esforços. Para cada esforço, serão lidas as combinações nas quais esse determinado esforço supere uma percentagem do valor máximo, para o sinal positivo e sinal negativo. Além do filtro por percentagem de esforço, pode-se estabelecer um valor mínimo para ler ou não as combinações.
Nesta opção também se incluem opções para importar cargas para a análise da rigidez rotacional. Além das cargas, também se importam os comprimentos elásticos das barras no modelo estrutural, estes comprimentos são necessários para a correta classificação da ligação. Disponibilizam-se 5 opções para importar os casos de carga em função dos esforços:
- Momentos máximos, com os seus esforços concomitantes
Importa os casos de carga que tenham os momentos My ou Mz maiores, com sinal positivo ou negativo, além dos restantes esforços concomitantes. - Momentos máximos, sem os outros esforços
Dos casos de carga com momentos máximos, só importa os valores de My e Mz. - Momentos máximos por plano, com os seus esforços concomitantes
Importa os casos de carga com momentos máximos e com os seus esforços concomitantes por plano, ou seja, cria casos de carga com esforços por plano (XY e XZ). - Todos
Importa todos os casos de carga. - Ninguno
Não importa nenhum caso de carga.
Casos de carga
A partir desta opção podem-se definir os casos de carga que se querem considerar no cálculo da ligação. Estes casos de carga podem gerar-se a partir do modelo BIM ou manualmente pelo utilizador. Para cada caso de carga serão definidos os seguintes parâmetros:
- Número de patamares de carga.
- Tolerância permitida para considerar que foi alcançada a convergência.
- Número máximo de iterações em cada patamar de carga.
- Número máximo de tentativas.
Cargas
Esta ferramenta abre o diálogo “Cargas”, onde se definem as cargas atuantes em cada perfil, para cada caso de cargas .
No modelo de análise de ligação, uma das barras é estabelecida como o elemento portante, exceto se tiver sido definida uma placa de amarração. As restantes barras estão ligadas a este elemento, nas quais são aplicadas as cargas.
Cada elemento não portante inclui a opção “Modelo de cálculo”, que permite a seleção de diferentes configurações de carga e restrições, adaptando-se melhor a várias situações estruturais. É possível selecionar entre as seguintes opções:
- N - Vy - Vz - Mx - My - Mz
É o modelo por defeito. O extremo da barra não tem ligações externas, permitindo a definição das seis forças. - N - Vy - Mz
Este modelo permite a definição de cargas no plano XZ. A extremidade da barra é restringida em relação ao deslocamento no eixo z e rotação no eixo y. - N - Vz - My
Este modelo permite a definição de cargas no plano XZ. A extremidade da barra é restringida em relação ao deslocamento no eixo y e rotação no eixo z. - N - Vy - Vz
Neste modelo, o extremo da barra é restringido a rotações e não permite a introdução de momentos.
Na parte central da janela Cargas, existem duas tabelas para definir valores de cargas, por caso de carga. As tabelas podem ser copiadas e coladas diretamente de uma folha de cálculo.
No separador “Tensão / Deformação, Encurvadura”, para além das cargas, é possível definir a posição do ponto de aplicação dos esforços para cada barra. Esta distância será lida também no modelo BIM, desde que a estrutura tenha sido calculada considerando a dimensão finita dos nós.
Também é possível selecionar as barras a partir das quais se pretende calcular a rigidez rotacional da ligação. O separador “Rigidez rotacional” requer uma lista de cargas, os comprimentos teóricos da barra elástica no modelo estrutural (utilizado para estabelecer a rigidez limite de ligações rígidas ou articuladas) e o coeficiente kb.
A ferramenta “Editar esforços”, comum a ambos os separadores, permite definir os esforços aplicados a cada elemento de acordo com as suas propriedades mecânicas. Esta ferramenta é útil, por exemplo, quando é necessário dimensionar ligações com uma resistência superior à das barras a elas conectadas, como mencionado em diferentes normas de dimensionamento sísmico.
Para melhorar a visualização, na vista 3D do diálogo, as cargas aplicadas a cada elemento da ligação são representadas graficamente de acordo com o caso de carga selecionado.
Elementos dissipativos
É possível efetuar a análise de ligações com elementos dissipativos. Desta forma, é possível projetar ligações estruturais sismo-resistentes, nas quais se prevê a dissipação de energia através da formação de rótulas plásticas, quer num dos elementos da ligação, ou nas barras da ligação.
No separador “Cálculo”, permite selecionar os elementos dissipativos, oferecendo a opção de escolha entre perfis e chapas. As propriedades do material dos elementos dissipativos transformam-se nos casos de carga marcados como “Dimensionamento por capacidade” e consideram-se os efeitos da sobrerresistência do material.
Para o Eurocódigo e normas similares, o programa solicitará o coeficiente de sobrerresistência do material, ?ov, que amplifica tanto a tensão de cedência como a tensão de rotura dos elementos dissipativos. Para as normas americanas, tais como AISC360, NSR10, NTC-2023 e outras normas similares, o programa incluirá na biblioteca de materiais os fatores de sobrerresistência específicos para cada tipo de aço, Ry e Rt.
Para analisar a ligação tendo em conta a sobreresistência nos elementos dissipativos, é necessário, para além de selecionar os elementos dissipativos, selecionar os casos de carga do tipo “Dimensionamento por capacidade” na lista de casos de carga.
Isto permite que as ligações sejam projetadas de forma a que a capacidade da ligação seja superior à do elemento dissipativo, tendo em conta a sobrerresistência. Nestes casos, os elementos dissipativos sofrerão grandes deformações plásticas, o que dificulta a convergência do modelo. Por conseguinte, outro parâmetro relevante nos elementos dissipativos é a inclinação do tramo plástico.
O diagrama constitutivo para chapas e perfis segue um modelo bilinear, em que a inclinação do tramo plástico é tan⁻¹ (E/1000). Para elementos dissipativos, além de incorporar o coeficiente de sobrerresistência como multiplicador da tensão de cedência, ajusta-se a inclinação do tramo plástico. Nestes elementos, para uma deformação de 5 %, a tensão atingirá o limite elástico do material, amplificado pelo coeficiente de sobrerresistência (?ov ou Ry, segundo a norma aplicada) e pelo coeficiente de reserva de resistência devido ao endurecimento por deformação, que é igual a 1.1. Esta inclinação, superior a tan⁻¹ (E/1000), contribui para melhorar a convergência da análise.
Opções de cálculo
Neste ponto é possível definir:
- O tamanho máximo de discretização para os elementos.
- O comprimento para o cálculo das tensões médias dos cordões de soldadura.
- O método de cálculo multiprocesso do motor de cálculo OpenSees©.

Mais informação: |
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Para saber mais sobre as considerações de cálculo, consulte a “Memória de Cálculo do CYPE Connect“. |