Melhorar a formação dos estudantes e promover a transferência de tecnologia e conhecimento. Com estes objetivos em mente, a CYPE desenvolveu ao longo da sua história uma estreita colaboração com universidades e centros de formação de todo o mundo que lhe permitiu criar um ecossistema de cooperação e, deste modo, impulsionar a digitalização da construção a partir da sala de aula.
Tudo começou quando o mercado se deu conta de que a tecnologia CAD utilizada pela CYPE, na sua origem, tinha mudado completamente a forma de conceber e calcular a arquitetura, a engenharia e a construção em Espanha. A produtividade do seu software permitia aos engenheiros visualizar os projetos a partir de múltiplos ângulos e oferecer novas perspetivas sobre a conceção, ao mesmo tempo que lhes permitia dedicar mais tempo à parte criativa. A popularização de programas como o CYPECAD ou Arquímedes, entre outros, levou as empresas a contratar profissionais que soubessem utilizar as ferramentas da CYPE.
Com o passar dos anos, e vendo que a utilização dos programas da CYPE era indispensável do ponto de vista laboral, as universidades aperceberam-se da necessidade de completar a formação dos seus alunos com a aprendizagem prática das ferramentas da CYPE para melhorar a sua empregabilidade. "Investir na formação dos alunos com os nossos programas não só nos beneficiou a nós como empresa, mas também a instituição de ensino e, sobretudo, os alunos, que ficaram cada vez mais preparados para o mercado de trabalho", recorda Carlos Fernández.
"Para liderar a transformação digital da construção, é fundamental transferir e trazer os nossos conhecimentos práticos para a sala de aula."
Carlos Fernández, diretor técnico da CYPE
Esta primeira abordagem lançou as bases para uma colaboração mais profunda e significativa nos anos seguintes. Esta colaboração materializou-se com a participação de profissionais da CYPE tanto em aulas como em jornadas técnicas organizadas pelas instituições de ensino. Esta atividade foi-se consolidando e levou à assinatura de acordos mais amplos que, hoje, vão desde a realização de estágios na CYPE para estudantes até à planificação e desenvolvimento de programas de formação específicos, passando pela colaboração em projetos de investigação relacionados com a construção.
Investigação e desenvolvimento de novos programas
Desde o início, quando a colaboração se centrava na formação para a utilização e manuseamento dos programas, a CYPE quis ir mais além e intensificou as relações com os centros educativos para promover a tão necessária transferência de conhecimentos entre o âmbito educativo e empresarial. Como exemplo desta abordagem, a tecnológica desenvolveu o software CYPELEC REBT para instalações elétricas de baixa tensão com a consultoria da Universidade Miguel Hernández (UMH) de Elche.
Outro marco alcançado com um centro universitário foi o desenvolvimento da solução que teve em conta a contribuição do cálculo dos elementos não estruturais e a sua contribuição para a rigidez do edifício, em colaboração com o Centro Internacional de Métodos Numéricos em Engenharia da Universidade Politécnica da Catalunha.
Acordos entre campus e internacionalização
Esta transferência de conhecimentos, que começou em Espanha, estendeu-se rapidamente aos países onde os projetistas começaram a utilizar o software CYPE. Desta forma, chegou-se aos números atuais: a empresa tecnológica espanhola assinou mais de 1.000 acordos com diferentes instituições de ensino em todo o mundo. Graças a estes acordos, os alunos podem formar-se com tecnologia de ponta e conhecer em primeira mão a inovação que se está a aplicar no sector da construção.
Com o objetivo de ultrapassar os mil acordos, o lançamento da chamada "Versão Campus" foi uma decisão estratégica, uma vez que foi especialmente concebida para funcionar em redes públicas que operam sob as premissas do Eduroam (education roaming). Estas premissas eram comuns em universidades de diferentes países da Europa, Canadá, EUA e alguns da Ásia e Oceânia.
Esta versão dos programas CYPE deu origem aos chamados acordos Campus. Em Espanha, o primeiro acordo Campus foi assinado com a Escola Técnica Superior de Arquitetura de Madrid (ETSAM), enquanto no estrangeiro foi com a École Polytechnique de Masuku no Gabão. "Quando assinámos estes acordos, para além de facilitar a utilização dos nossos programas entre os alunos, um dos nossos pilares era a realização de seminários e workshops para oferecer aos professores e aos alunos um aconselhamento adequado e o acesso ao apoio técnico da empresa", sublinha Carlos Fernández.
No atual contexto marcado pela digitalização do sector da construção devido à utilização da tecnologia Open BIM, a CYPE deu um novo impulso à criação de salas de aula e laboratórios de tecnologia aplicada ao sector da construção. Concretamente, criou um Laboratório BIM na Universidade da Malásia e outro na de Johannesburgo para promover a formação relacionada com esta metodologia de trabalho e aproximar assim os alunos das novas tecnologias aplicadas no sector, como a Realidade Aumentada e a Realidade Virtual, a impressão 3D, o Big Data e a Inteligência Artificial, entre outras.
Ao longo destas quatro décadas, a CYPE manteve uma estreita relação com os centros de formação de todo o mundo, quer através da concessão de licenças de utilização, quer participando em projetos de inovação e transferência de conhecimento, quer colaborando em apresentações ou conferências. "Para liderar a transformação digital da construção, é fundamental transferir e levar o nosso conhecimento prático para a sala de aula. Só assim se podem formar os profissionais que irão projetar e construir os edifícios, as cidades e as infraestruturas do futuro", afirma o diretor técnico da CYPE.